Centro de documentação
e arquivo feminista
elina guimarães

A discriminação das Mulheres na velhice

Texto de apresentação da tertúlia

A discriminação das mulheres na velhice

15 de abril, Biblioteca Especializada Ana de Castro Osório

No âmbito do projeto “0 envelhecimento e o género numa perspetiva interseccional”, desenvolvido pela UMAR, com o apoio da Pequena Subvenção da CIG, realizamos hoje, dia 15 de abril, na Biblioteca Especializada Ana de castro Osório, situada na Biblioteca de Belém, a tertúlia intitulada “A discriminação das mulheres na velhice”. Este evento conta com a participação de Irene Pimentel e Isabel do Carmo.

No contexto das discriminações sofridas pelas mulheres na velhice gostaria de salientar o seguinte:

Apesar das legislações quer nacional, quer internacional, combaterem a discriminação com base na idade, o idadismo (discriminação de um grupo etário) continua enraizado na nossa sociedade, que caracteriza as pessoas mais velhas como pouco produtivas, frágeis e incapazes. A sociedade ocidental não valoriza o conhecimento, experiências de vida e saberes adquiridos ao longo dos tempos.

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Tertúlia “A Discriminação das Mulheres na Velhice”

Com Irene Pimentel e Isabel do Carmo

Projeto “O envelhecimento e o género numa perspetiva interseccional”

Biblioteca especializada Ana de Castro Osório, Belém
Lisboa, 15 de abril de 2023

Intervenção de Irene Pimentel

Eu gostaria de lançar duas ou três questões antes de falarmos em profundidade. Em primeiro lugar, as questões de género também excluem, de certa forma, o tema da velhice. Pode ver-se online muitos estudos que ligam a questão de género à velhice, mas é verdade que também é uma coisa mais recente, havendo uma certa discriminação para com as mulheres velhas. Depois, há também outro fator, que irei mencionar por ser da academia, enquanto investigadora, que é o de não haver muita interdisciplinaridade entre estudos de género e outros estudos, como os da saúde, a medicina, a gerontologia… É uma pena e um dos aspetos mais urgentes.

Ademais, destaco a necessidade de uma abordagem intergeracional. Mesmo dentro do grupo das mulheres, existe um preconceito e afastamento das mulheres mais velhas. Na minha geração, quando era nova, nós gostávamos bastante das mais velhas. O nosso problema era que éramos todas mais novas, havendo muito poucas mais velhas. Algumas dessas mulheres tinham apenas trinta anos, mas já ficávamos todas contentes porque tinham mais que nós. Agora parece-me haver um divórcio entre as jovens e as mais velhas, da minha perspetiva enquanto mais velha.

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