Centro de documentação
e arquivo feminista
elina guimarães

Historial

O “Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães” é uma iniciativa da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) e localiza-se no espaço desta associação em Lisboa (Alcântara) integrando o Centro de Cultura e Intervenção Feminista. Foi constituído em 2005, através de um abnegado e persistente trabalho de voluntariado de feministas com a consciência da necessidade de preservar a memória histórica dos feminismos.

Como afirma a historiadora Anne Cova: “Os feminismos precisam de uma memória. Construir essa memória, transmitir uma história dos feminismos é um desafio político e historiográfico”. É deste desafio que falamos, quando apostámos na digitalização de documentação e na construção deste portal digital. É deste desafio que falamos, quando preservamos e damos a conhecer documentos históricos inéditos, pertencentes a associações e grupos de mulheres feministas que desenvolveram actividades no país e estabeleceram ligações internacionais nas décadas de 1970 e de 1980 em Portugal.

O Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães recebeu o espólio do primeiro centro de documentação deste tipo existente no país na década de 1980: o Centro de Documentação e Informação do IDM/Cooperativa Editorial de Mulheres com sede na Rua Filipe da Mata em Lisboa, no qual se envolveram muitas feministas, entre as quais Madalena Barbosa a quem prestamos a nossa homenagem através dos livros que nos legou e de realizações que lembrem o seu exemplo pioneiro.

Constatamos do défice de centros de documentação orientados para a pesquisa em Estudos sobre as Mulheres, pois apenas da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género tem um centro de documentação deste tipo, mais orientado para pesquisa bibliográfica do que documental.

Historiadoras de renome, como Françoise Thébaud, valorizam este tipo de centros de documentação, porque “graças a eles são conservados materiais de diversas organizações: material de propaganda, correspondência, documentação sobre os assuntos de diversas épocas, imprensa feminista, brochuras, manuscritos”. (THÉBAUD, Françoise; STUDER, Brigitte (2004), “Entre histoire et mémoire”, in “Le siècle des femmes”, Paris, Éditions de l’Atelier).

Mais de um milhar de documentos digitalizados com a colaboração da Fundação Mário Soares e centenas de monografias já catalogadas são apenas uma parte de um espólio, que também contempla registos de história oral, material fotográfico, cartazes e folhetos. O considerável número de estudantes e investigadoras/es de Portugal e do estrangeiro que têm frequentado o Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães, constitui a prova inegável da importância deste Centro.

As ligações internacionais com outros centros de documentação sobre mulheres também foram sempre privilegiadas, nomeadamente com o ALETTA – Institute for Emancipation and Women’s History (Amesterdão) ou através da participação no Projecto Europeu FRAGEN.

O nome atribuído a este Centro constitui uma homenagem a Elina Guimarães, destacada jurista e feminista, que participou desde muito jovem em congressos internacionais de mulheres e que se interessou pela construção da memória histórica dos feminismos.