Centro de documentação
e arquivo feminista
elina guimarães

Tertúlia - Matriarcas do MST do Ceará: Um Mundo a Ganhar

Apresentação da Tertúlia Matriarcas do MST do Ceará com Paula Godinho 11-01-2023

O projeto Memória e Feminismos desenvolvido pela UMAR e com o apoio da Pequena Subvenção da CIG, começou em 2012, com recolha de histórias de vida de mulheres de várias regiões do pais e das regiões autónomas. Nos últimos anos dedicou o seu trabalho às múltiplas discriminações a que muitas mulheres estão sujeitas. Neste contexto uma das discriminações equacionadas para este projeto foi o idadismo (discriminação de um grupo etário). Porém, no desenrolar dos projetos e dado a premência das muitas opressões a necessitar de serem faladas, o idadismo ficou não esquecido, mas sempre com a ideia de uma próxima oportunidade.

Segundo Lynne Segal e Irene Pimentel, as feministas esqueceram-se do envelhecimento das mulheres, bem como delas próprias, que iriam envelhecer, em virtude das muitas lutas em que se encontram empenhadas, consideradas prioritárias. Julgo que este é um ponto a reter!

Entretanto, no decurso do projeto “Histórias e memórias de mulheres de Cabo Verde”, devido à pandemia assistimos ao 1ª confinamento. No qual nos era permitido um tempo para caminhadas. Assim, numa destas caminhadas com o meu companheiro, ao atravessar uma rua sou abordada por um condutor que grita “Oh velha vai para casa”!

Fui confrontada com a minha idade e com este estereótipo, ao qual se associa o estereótipo de género. O homem pode continuar na rua, pois é detentor do espaço publico, à mulher está-lhe destinada a casa. Estamos, pois, em presença de duas estereotipias que se interligam. Outro ponto a ressalvar!

O projeto “A idade e o género: até onde vai o preconceito”, começou nesse momento a germinar. Em 2021 e, através do referido projeto, abrimos espaço à reflexão sobre o idadismo e o género, através de tertúlias temáticas e da publicação da agenda feminista para o ano 2022, onde apresentamos 12 mulheres de diferentes regiões do país, diferentes condições sociais e profissionais e que apesar de terem mais de 65 anos, continuam a ter uma enorme força de vida e a serem uma voz presente na comunidade.

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